“Santo Antonio – Uma devoção de família”

Hoje, 13 de junho, é dia de Santo Antonio. Dia do santo casamenteiro. Dia de apelar aos poderes milagrosos do santo e também de agradecer-lhe as graças alcançadas.

Virgens arrependidas e donzelas juramentadas, todas alevantam os olhos pra Santo Antonio, em busca de cumplicidade e de parceria nas tramas e teias do coração.

Mas, Santo Antonio não atrai apenas homens e mulheres a procura de amor. Ele também atrai uma forte devoção-religiosa-cristã. Que une pessoas. Reúne famílias. Sustenta a fé.

Há mais de 80 anos, meu avô, João Evangelista Padilha, no coração do Pantanal, em seu sítio, no “Estirão Comprido”, à beira do rio Cuiabá, em Barão de Melgaço, iniciou a nossa família na devoção a Santo Antonio.

Ainda solteiro, com 18 anos, vovô havia achado uma pequena imagem de Santo Antonio. Tomou-se, então, de fé por aquele Santo, que o acompanhou pela vida afora.

Casado com Nhanhá, – vovó Guilhermina Viegas de Pinho – vovô passou a realizar a Festa de Santo Antonio todos os anos, em sua residência. Não à toa, o seu primeiro filho veio a chamar-se Antonio. Foram dez filhos. Seis homens e quatro mulheres. Todos devotos de Santo Antonio.

Segundo minha mãe, Celina, a festa era muito bonita e animada. Vinha gente de todo lado. Do rio acima e do rio abaixo. De Barão e de Mimoso. De Porto Brandão.

Parentes e amigos, todos se juntavam pra preparar a festa. Pra rezar e cantar. Pra dançar o Cururu. Pra dançar o siriri. Pra Comer e se divertir. E a alegria corria solta. Ao som plangente da viola. Ao roçar troante do ganzá. Ao rufar marcante do banco de couro.

Vovô, além de tocar a Viola de Côcho, puxava a Reza Cantada,  que animava os fiéis e instilava a devoção nos corações de todos.

Defronte da casa era erguido um “Empalizado” de folha de acuri. O salão de festas, onde tudo acontecia. As rezas. As danças. A bebeção. A comedoria.

A fartura era grande. Muita comida. Galinha. Porco. Boi. Muitos doces. De goiaba. De caju. De abóbora. De mamão. De leite. Muita cachaça caseira. De alambique. Muita conversa fiada. Muita animação.

Meus avós se foram. Ficou uma família enorme. Com mais de 200 pessoas. Filhos. Netos. Bisnetos. Todos cheios de saudades e de fé. A devoção se perpetuou. Anualmente, celebra-se o padroeiro em uma grande festa da família.

Dia 17/06, sob a coordenação de tio Nhonhô, tia Isa e do primo Jorge, Santo Antonio será novamente festejado pela família. Certamente, a animação será grande. Com muita fé e devoção. Com muitas lembranças de Nhanhá e Vô Jão.

 Viva, Santo Antonio!

Fonte: Equipe Soul Cuiabano   

Autor: Maurides Leite  

Categorias: Cultura, Histórico | Tags: , , , , , | 4 Comentários

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4 opiniões sobre ““Santo Antonio – Uma devoção de família”

  1. HILZA MARIA SILVA

    QUE TODOS OS ANOS NOSSA FAMILIA ESTEJE SEMPRE UNIDA E COM FÉ EM SANTO ANTONIO,EU E MINHA FAMÍLIA SERVIREMOS A ELE…VIVA A NOSSA LINDA FAMÍLIA.

  2. parabens primo por essa brilhante iniciativa, tamos juntos ano que vem, e viva sto antonio

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